terça-feira, 2 de julho de 2013

Balões, Marrons, Arco Íris

Uma homenagem ao meu irmão Sergio Levy (Sérgio Luiz da Costa; escritor, professor e compositor.).
 
Um amor Lindo, Leve e solto é o que muitos desejam.
Eu já tive amores assim.photo-le-ballon-rouge-1956-1
Duas vezes.
 
Quando eu era pequeno, me apaixonei perdidamente por um balão de gás, é; um balão de gás destes que são vendidos em feiras livres e são distribuídos em festas infantis. (na minha época de criança nós os chamávamos de bola de gás).
 
Ele era lindo, colorido, de forma sensual e exuberante.
 
Era leve e de tão leve flutuava.
 
E solto, sim muito solto.
 
E por mais encantado que eu estivesse, mesmo sem tirar os olhos dele por um segundo, me distraí e ele voou...
 
Acho que ninguém sofreu tanto pela perda de um amor quanto aquela criança...
Meu Deus como eu chorei, uma criança não deveria sofrer e chorar tanto por uma perda sendo tão jovem tão criança...
 
Perguntei a minha vó Margot:
 
- Vó, para onde foi o meu amor?
 
No que ela prontamente respondeu:
 
- Para o céu meu filho, foi para junto de Deus.
 
Conformei-me.
 
Mas por desígnios divinos as feiras-livres ocorrem todas as semanas.
 
E no domingo seguinte lá estava eu com a minha avó.
 
Escolhi outro balão, outro amor, outra paixão.
 
Lindo, leve e solto.
 
Mas desta vez não deixei tão solto assim, minha avó amarrou no meu pulso.
 
Adorei a ideia.
 
Continuava leve, continuava lindo, mas segurei-o em minha mão de forma a não se soltar com tanta facilidade.
 
Aquele amor era meu e eu não iria perde-lo assim com tanta facilidade como o outro.
 
Fomos para casa, amor amarrado ao pulso.
 
Almocei galinha com arroz e por mais que insistissem para eu soltar aquele amor eu não obedeci... Lanchei com ele, vi A Família Trapo com ele, assisti a um emocionante episódio de Disneylândia, amarrado com ele juntinho a mim; Perdidos no Espaço, com Will Robson e seu maravilhoso Robô.
 
E mesmo sendo ameaçado de uma surra pela minha mãe eu tomei banho com meu balão, com meu amor.
 
Dormi vitorioso, satisfeito agarrado ao meu amor.
Lembro-me que devido ao sono já quase profundo eu o larguei, mas ele estava ainda amarrado qual escrava a mim.
 
Pela manhã...
 
Nova e amarga decepção, meu amor lindo leve e solto havia murchado, definhado, não tinha brilho, não mais flutuava, perdeu o viço.
 
Arrebentei revoltado a linha que me acorrentava a aquela coisa morta horrível.
 
Mais uma perda, mais um sofrimento, mais uma dor que à época me pareceu irremediável.
 
Desde então desisti de amores livres, leves e soltos.
Preferi me apaixonar por outras coisas, mais simples, mais duradouras, mais perenes, menos bonitos talvez, menos poéticos talvez, mas não menos apaixonantes...
Um abração a Todos!
Paz!

6 comentários:

  1. OLÁ GRANDE JORGE

    A FILA ANDA E A VIDA CONTINUA.

    ABS DO BETO

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    1. Bigadu Beto, mas foi só uma crônica, não significa (exatamente algo real comigo).
      Só algumas partes..rs..rs
      Abração!

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  2. Respostas
    1. Obrigado José Sergio Gondo!
      Volte Sempre!
      Dê uma passeada aqui pelo Blog O Rescator, tem várias coisas legais.
      Um abração!

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  3. Oi Jorjão,
    Paz

    Que de belle chose!!!
    Gostei "de montão", diria o meu filho.
    Alberto

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    1. Muito Obrigado irmão Alberto!
      Confesso que não ficaria sossegado sem um comentário seu...
      Paz!

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