quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Anatomia de um incêndio - Segunda Parte

Continuação de Anatomia de um incêndio Primeira Parte

Então, como eu ia dizendo, antes mesmo da minha mulher chegar a porta do bar, eu já estava fazendo a manobra para ir para casa ver se a estava realmente pegando fogo.
Fiz um contorno em uma rótula, e fui em sentido contrário da pista onde fica o bar em que estávamos trabalhando.
A casa fica ao lado direito de quem está dirigindo, no alto de uma montanha, a cerca de 1 Km de distância, por isso minha primeira providência foi olhar para o alto a minha direita e procurar algum sinal de incêndio: Fumaça, fogo etc... Não vi nada, pensei: Deve ser um mal entendido, pode ser em uma outra casa ou ainda a tal mulher que me deu a notícia era maluca.
Então ocorreu um fato extraordinário (eu chamo este fato de experiência espiritual).
Apareceu ao meu lado, sentado no banco do carona do carro uma "entidade", astral, espiritual, angelical, isso fica por conta de cada leitor.
Minha definição: Anjo da Guarda.
Não posso em absoluto afirmar que era um Anjo da Guarda, como aliás não posso afirmar quase nada a não ser que eu vi!
Ele era forte, porém não era musculoso, tinha o peito e dorso desnudo, seu corpo era ligeiramente peludo e usava algo como uma saia de pele de animal (do tipo que ainda guarda os pelos do animal a que pertenceu) não olhou para mim, seu olhar se dirigiu o tempo todo a frente.
E ele disse repetidas vezes:
Não se preocupe que eu vou te proteger!
Não se preocupe que eu vou te proteger!
Não se preocupe que eu vou te proteger!
Repetiu várias vezes, e desapareceu da mesma maneira como surgiu.
A experiência desta visão foi tão vívida tão realista que por alguns momentos eu esqueci do até então "suposto" incêndio da minha casa.
Voltei a procurar por sinal de fumaça.
Logo cheguei a pequena rua que dá acesso ao condomínio, e ainda nada de fogo.
Cheguei a portaria e vários metros antes os porteiros abriram a cancela para que eu não me detivesse; achei isso um péssimo sinal, mas mantendo o otimismo ainda acreditava que tudo não passaria de um grande susto ou uma possível brincadeira de mal-gosto.
Continuei subindo a montanha sem sinal algum.
Aí veio a última curva e BAM! Lá estava a multidão de vizinhos e curiosos junto a vários carros do Corpo de Bombeiros.
Vi os carros (e caminhões) dos Bombeiros, mas não vi nenhum soldado, parei o carro, abri a porta e saí correndo tentando subir a rampa que leva até a garagem.
Neste momento tudo ocorreu como nos filmes de Hollywood; 3 soldados me agarraram me impedindo de prosseguir gritando:
- O sr. não pode subir existe risco de desabamento!
Eu me detive e desci junto com eles a rampa.
Me posicionei de tal maneira que pudesse ver o que estava acontecendo e começaram a cair escombros do último andar.
Só faltou eu me ajoelhar e gritar: Por que! Por que! ou então gritar Nãooooo! Como as cenas estereotipadas dos filmes.
Começaram a vir os vizinhos:
Uns chorando me abraçaram.
Outros se justificaram que não puderam fazer nada.
Outros dizendo a célebre frase que em geral não quer dizer nada: Se precisar de alguma coisa é só falar.
Neste momento surgiu a primeira informação relevante; nosso cachorro segundo a vizinha da direita estava bem, e ela havia jogado alguma comida para ele ir para longe do perigo.
Perguntei a um sargento:
- Já sabem qual a causa do incêndio?
CONTINUA...

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